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Carta à ventania

  • Foto do escritor: Luana Souza
    Luana Souza
  • 7 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de nov.

Dindi sabe que você ainda ronda o interfone. Desde o dia em que lhe mostrou como o amor machuca, ela realmente acreditou que não amaria mais ninguém. Mas que interessante. Ela amou e você também.


Ela recorda de Prim em segredo com vagas memórias, porque mais pareceu um delírio do que realidade. Dindi sente muito, por não ser exatamente a Dindi que Prim cultivou. Ela não foi feita para o lamento. É feita de amor e a paixão é o que a move principalmente pelo que a faz se sentir viva. A Dindi que Prim talvez esperasse era frágil, doce e usava o presente para reescrever o passado.


Mas a Dindi real aceitou o passado em paz, e talvez até gostaria de visitá-lo como uma simples observadora, porque honestamente, sabe que se apaixonaria por quem ela foi naquela época e talvez assim se reencontraria por completo.


Houve um tempo em que Dindi sonhava ser a escolha de Prim e nesse tempo, Dindi era tão vulnerável como um olho d’Água. Dindi não sabia que Prim era ventania — do tipo furacão— e que poderia soterrar o que tinha de mais precioso: a coragem de ser completa. E desde o caos, Dindi se fez lençol, por baixo da terra, em silêncio e sempre fluindo em constância. As marcas do furacão talvez nunca se desfaçam, mas serviram de aprendizado para Dindi buscar o seguro.


Dindi de fato nunca refez sentimentos iguais como os que haviam por Prim. A água estava turva e ela enfrentou muitos conflitos em silêncio, que a chacoalharam cada vez mais abaixo da terra. Dindi era rio, em direção ao mar e agora Dindi aprendeu a lidar com as adversidades, aprendeu a correr entre pedras e ser maleável através das adversidades. Dindi também acompanhou o furacão e soube por onde ele passou e as reviravoltas que ele causou, se sente feliz porque percebe que o furacão finalmente encontrou seu oceano em condições perfeitas para mantê-lo vivo.


Parece uma carta de encerramento amoroso, mas, na verdade, é muito mais que isso, é sobre compreender o que aquela história fez dela. E ela não faz mais parte do hoje de Dindi.


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 POR LUANA SOUZA

 

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